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Por que é mais fácil construir bilinguismo na infância?

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Durante o desenvolvimento do cérebro, toda e qualquer influência ambiental é mais intensa na infância. Pesquisas e especialistas sugerem que esse fato explica por que a imersão dos pequenos num ambiente bilíngue pode significar mais chances para que se tornem fluentes em dois idiomas. Além disso, o aprendizado de inglês para crianças traz benefícios cognitivos, econômicos e sociais. 

Num mundo cada vez mais globalizado e conectado, aprender uma nova língua pode abrir portas para diversas experiências pessoais e profissionais. Em meio à vasta quantidade de línguas estrangeiras, o inglês ganha destaque por ser a mais falada no mundo entre nativos e não nativos, de acordo com a Ethnologue. 

Ter acesso ao idioma desde pequeno ajuda a viver a aprendizagem de maneira mais natural e leve, sem a pressão da obrigação. Nesse sentido, escolas bilíngues e um curso de inglês são alternativas a pais e responsáveis que desejam ver os filhos fluentes e mais preparados para eventuais desafios do futuro. 

Facilidade de formar memórias

A infância é o momento no qual os conceitos gramaticais são fixados na memória com mais facilidade e intensidade. O dado é de uma pesquisa do Massachusetts Institute of Technology (MIT) publicada na revista Cognition em 2020 e feita com 670 mil participantes. 

O estudo também evidencia que as crianças contam com uma facilidade maior para compreender e reproduzir sons, já que seu aparelho fonador não está completamente formado. Dessa maneira, esse sistema fica mais aberto e atento a novos estímulos, pois ainda não filtrou integralmente os ruídos que serão úteis à comunicação.

Os especialistas afirmam que essa habilidade é relevante, pois os pequenos são mais abertos a novas experiências, têm menos receio de cometer erros e tendem a ser mais dispostos a interagir uns com os outros. Essa característica potencializa o aprendizado e contribui para a integração do indivíduo. 

Cada idade potencializa um tipo de aprendizado

A pesquisa do MIT identificou que a idade ideal para dar início à aprendizagem de inglês em cursinhos ou escolas, de modo a alcançar o nível de conhecimento gramatical de um falante nativo, é aos 10 anos. 

A explicação é que, de 10 a 12 anos, a criança e o pré-adolescente têm mais noções de estruturas gramaticais, enquanto os menores sentem mais facilidade em tarefas que envolvam sons e sua imitação. 

Faixas etárias anteriores aos 10 anos, no entanto, também são mencionadas como significativas para a criança que estuda inglês. O ensino de outras línguas incentiva o desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido, é possível desenvolver habilidades como maior concentração, memória, associação, criatividade e solução de problemas. 

Saberes integrados para além de habilidades linguísticas 

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aponta que o ensino e a aprendizagem de inglês têm um caráter formativo. O entendimento é que a língua inglesa possibilita acesso aos saberes linguísticos necessários para que o jovem tenha participação num mundo social, globalizado e plural. 

Esse engajamento contribui para o “agenciamento crítico dos estudantes e ao exercício da cidadania ativa”, conforme trecho extraído do capítulo Língua Inglesa no Ensino Fundamental da BNCC. Assim, ao tratar do aprendizado de um segundo idioma, a BNCC mantém o foco na interdisciplinaridade, já que o aluno utiliza essa língua a partir do conteúdo de diferentes disciplinas. 

Considera ainda o desenvolvimento de habilidades para além da competência linguística e a importância da formação integral, conversando com a proposta de educação bilíngue, conforme avalia a coordenadora acadêmica do Edify — programa de educação em soluções bilíngues — Andreia Fernandes, em entrevista à imprensa.

A profissional esclarece que, assim como a BNCC considera central a formação integrativa do aluno, esse também é o objetivo dentro de um contexto de ensino bilíngue. Isso porque a proposta desse tipo de educação é promover, adicionalmente à linguagem, aptidões socioemocionais que possam preparar o aluno para o futuro.

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